Ao desabar do inverno noturno
O eflúvio da angústia soa rente
Gerindo sentimento soturno
Grande tormento o peito sente
Um grito emudecido explode
Dentro do deserto em que convivo
Brota então a solitária ode
Maldito fruto deste cultivo
Sóbrio, vejo abrigo no lirismo
Meu eterno aliado renitente
Perdido, mal disfarço o cinismo
Que a tinta do papel não desmente
Em vão, busco bem-aventurança
Escavando palavras fugidias
Resta-me, tão-só, vaga lembrança
De minha infância de tardes vadias
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