De repente brotou da pedra
Uma beleza que não era dela
Uma suavidade que se chocava
Com a aspereza de sua superfície
Uma leveza que deslizava
Num arremesso que não machucaria
A pedra desprezada
Era bela, era fera
Foi feita pedra
Petrificada num poema
Apedrejou quem dantes afagava
E depois se arrependeu
Penosa, asfaltou
O caminho do agredido
Pois a pedra não se arremessou
Era pedra, no seu coração
Não penetrava a maldade
A pedra, de uma pedreira
Pedregosa
Não é dengosa, mas resiste
Não se ilude, não engana
É dura, e insiste
Testemunha a verdade
Ainda que pesarosa
Foi pedra, era pedra
É pedra, mas quiçá,
Num futuro não distante
Não será um diamante?
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