A água desaba da cachoeira
Os olhos não veem as estrelas
O caminho é trilhado por seus pés
Conquanto o chão não seja tocado
A água desaba da cachoeira
A liberdade, velha tirana, domina o caminho
O chão queima-lhe os pés
Arde em seu ventre castigo que lá não cabe
A água desaba da cachoeira
As palavras relutam em lhe obedecer
O espelho nada retrata
E agora, vai José
Consolar-se na dor de outrem
Porque nada é mais humano que a dor
Na natureza, nada se cria,
Apenas o sofrimento transforma
O exílio do bem-aventurado é como moeda
Seu tesouro e seu carrasco
Ninguém é mais liberto que o escravo
A cela é a paladina da liberdade
Senhor, não permita que eu veja
O caminho que por meu pés é trilhado
A água ainda cai da cachoeira
Até quando?
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