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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A arquitetura de uma mentira (o poema sem lirismo, ou o poema-prosa) - Autoria própria

Capture o que é mais íntimo no seu interlocutor
O objeto pelo qual ele daria (ou perderia) o mundo
Coloque-o ao seu alcance

Acrescente escamas de verossimilhança
Palavras e gestos grandiloquentes
E um mise en scène de indignação, se houver poeira de desconfiança

Enrondillhe-o com seus mais profundos propósitos ou medos
Deixe-os à vista na mesa

A estória não precisa ser bonita
Precisa dos fragmentos da verdade
Ligeiramente reordenados

Acrescente a isto tudo a convicção em toda a sua amplidão
Acredite no que você não acredita
Credite isto tudo a um bem maior

Pronto!

Você já possui uma mentira para oferecer a quem quer que seja

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