A vergonha dormia numa mansarda
Dormia mas respirava, só esperando
Tarda e tanto maior tanto era mais tarda
Com um crepúsculo em seu cio crepitando
Sucedeu-se enfim. Já não mais se aguarda
Aquém-mar, a preamar do ódio chegando
Num momento de crise, uma cria a criar-se
Concede à sede ensejo de saciar-se
Vive e vem à lembrança a antiga glória
Inda viva nas covas dos tombados
No passado que vinca da marmórea
Granja que há no lamento dos pejados
A verdade, sua história, o mito, a estória
Não mais são discerníveis. Mestiçados
Como grãos derrubados no terreno
A colheita que traz trigo e veneno
Continua (...)
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