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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Escavação - Mário de Sá-Carneiro

Numa ânsia de ter alguma cousa,

Divago por mim mesmo a procurar,

Desço-me todo, em vão, sem nada achar,

E a minh´alma perdida não repousa.



Nada tendo, decido-me a criar:

Brando a espada: sou luz harmoniosa

E chama genial que tudo ousa

Unicamente à força de sonhar...



Mas a vitória fulva esvai-se logo

E cinzas, cinzas só, em vez de fogo...

- Onde existo que não existo em mim?



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Um cemitério falso sem ossadas,

Noites d´amor sem bocas esmagadas –

Tudo outro espasmo que princípio ou fim...

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